Você já ouviu falar de tal de Lança-Perfume? Já experimentou? Alguma vez já ouviu alguém próximo a você falar que usou e qual foi a sensação após ter usado a droga? E você conhece os perigos que a droga oferece?
Para
contextualizar, o lança-perfume chegou ao Brasil na década de vinte, o qual era
borrifado nos foliões perfumando-os e gerando na pela um efeito refrescante,
além de provocar sensações de euforia e desinibição, o que é propício para uma
comemoração no carnaval. Seus efeitos iniciavam somente de 5 a 10 segundos após
a inalação e permaneciam durante 30 - 40 minutos. No entanto, seu uso,
aparentemente inofensivo, provocou reações adversas sérias, inclusive a morte. Com
o passar do tempo, mediante a essa situação o presidente decretou a Lei nº 5.062 de 4/7/66
proibindo expressamente a fabricação, comércio e uso do lança-perfume
em todo o território nacional (art. 1º e 2º). Atualizada, entrou em vigor - até
hoje - a Lei 6.368/76
considerando como criminosa a importação, fabricação, venda, transporte,
guarda, consumo, dentre outros, de substância
entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, sem autorização
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. (JUS BRASIL)
Mesmo
assim, atualmente observar-se o uso abusivo dessa droga, não somente no
carnaval, mas também em festas em geral, seja esta em ambientes abertos ou fechados,
e sendo a segunda mais utilizada por adolescentes, ficando apenas atrás do
álcool.
Enfocando
na droga propriamente dita, o lança-perfume é constituído de solventes inalantes,
geralmente pela mistura de éter, clorofórmio, cloreto de etila, e essência
perfumada. Daí seu nome. Esta mistura de hidrocarbonetos pode no início, dar
até uma sensação ‘legal’, como muitos dizem, mas estes mesmo indivíduos não
sabem realmente o que esta substancia ilícita provoca no nosso organismo.
Surgem aqui seus abusos e mitos.
Para
explicar seus efeitos, foi dividido em 4 fases:
- 1ª fase: Excitação. A pessoa fica eufórica ocorrendo tonturas e perturbações auditivas e visuais. Podem aparecer náuseas, espirro, tosse, muita salivação e as faces podem ficar avermelhadas;
- 2ª fase: Começo da depressão. A pessoa entra em confusão, desorientação, fica com a voz pastosa, começa a ter a visão embaçada, perda do autocontrole, dor de cabeça, palidez e começa a ver e a ouvir “coisas”;
- 3ª fase: Depressão profunda com redução acentuada do estado de alerta. Aparece incoordenação ocular e motora, fala "enrolada", reflexos deprimidos, já podendo ocorrer processos alucinatórios;
- 4ª fase: Depressão tardia, chegando até inconsciência. Há queda de pressão, sonhos estranhos, podendo ocorrer surtos de convulsão. Há possibilidade de se chegar ao coma e à morte.
Uma pessoa usuária crônica desses solventes tem o risco de
afetar as células cerebrais, destruindo os neurônios e causando lesões cerebrais
irreversíveis do cérebro. Por isso, elas apresentam-se apática, com
dificuldades de concentração e déficit de memória, além de lesões da medula
óssea e de alguns órgãos.
A associação da inalação repetida da droga e com o esforça
físico extra, pode resultar em morte por arritmia cardíaca. Se ingerido juntamente com bebida
alcoólica, pode causar coma profundo. Após ter feito o uso da droga, o viciado apresenta dores de cabeça,
sensação de mal estar, náuseas e dores no estômago, podendo ocasionar hemorragias,
além de problemas psíquicos como a depressão anteriormente citada. Além
de que o usuário repete as aspirações para que essas sensações durem por mais
tempo. Quando passa o efeito, há uma ressaca, semelhante ao álcool.
Desde modo, os efeitos do lança-perfume variam conforme a quantidade inalada pelo
usuário e sua sensibilidade. Agindo no sistema nervoso central, causa desde um pequeno zumbido até fortes
alucinações, passando por euforia e excitação, perda de tato, queimaduras na
pele, língua e traqueia, formigamento das extremidades (mãos e pés),
formigamento da face, distúrbios auditivos, referidos como "Tuim"
(semelhante ao barulho de uma linha telefônica aguardando uma chamada) e um som
semelhante ao de um helicóptero (vum vum
vum) ou ambulância, alucinações (podendo sofrer sérios danos causados por
quedas ou por agir inconscientemente), inconsciência, perda de memória.
Portando, em hipótese alguma o
lança-perfume deve ser banalizado como droga light
ou inofensiva, e c aso o usuário esteja carregando as bisnagas de
lança-perfume, pode ser preso e condenado, uma vez que o uso está absolutamente
proibido por lei no Brasil.
Mediante
a todos os ricos expostos, com certeza nos faz refletir e reavaliar se
realmente vale a pena brincar com essa droga. Não só esta como também outras. As
consequências são muito graves. Não deixe se enganar. E se sentir cheiro de
alguma ‘coisa boa’ no ar, caia fora.
Referências Bibliográficas
Araguaia, Mariana. Lança-perfume: a
droga dos carnavais. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/drogas/lanca-perfume.htm>.
IMESC – Instituto de Medicina Social e
de Criminologia de São Paulo. Classificando
as drogas: Depressores do SNC: Inalantes/Solventes. Disponível em: <http://www.imesc.sp.gov.br/infodrogas/inalante.htm>.
JUS BRASIL. Lança-Perfume.
Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/1024/
lanca-perfume-trafico-de-entorpecente-ou-contrabando>.
Werner, Jairo. Drogas na Mídia. Cheiro de coisa maluca: é lança-perfume, Rio de Janeiro, seção Ciência e Tecnologia, 22/02/2009, Jornal do Brasil. ABEAD - Associação Brasileira de Estudos sobre Álcool e Outas Drogas. Disponível em: <http://www.abead.com.br/midia/exibMidia/?midia=3742>
Werner, Jairo. Drogas na Mídia. Cheiro de coisa maluca: é lança-perfume, Rio de Janeiro, seção Ciência e Tecnologia, 22/02/2009, Jornal do Brasil. ABEAD - Associação Brasileira de Estudos sobre Álcool e Outas Drogas. Disponível em: <http://www.abead.com.br/midia/exibMidia/?midia=3742>
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