sexta-feira, 31 de maio de 2013

Lança-Perfume. Lança-Morte.



Você já ouviu falar de tal de Lança-Perfume? Já experimentou? Alguma vez já ouviu alguém próximo a você falar que usou e qual foi a sensação após ter usado a droga? E você conhece os perigos que a droga oferece?
Para contextualizar, o lança-perfume chegou ao Brasil na década de vinte, o qual era borrifado nos foliões perfumando-os e gerando na pela um efeito refrescante, além de provocar sensações de euforia e desinibição, o que é propício para uma comemoração no carnaval. Seus efeitos iniciavam somente de 5 a 10 segundos após a inalação e permaneciam durante 30 - 40 minutos. No entanto, seu uso, aparentemente inofensivo, provocou reações adversas sérias, inclusive a morte. Com o passar do tempo, mediante a essa situação o presidente decretou a Lei nº 5.062 de 4/7/66 proibindo expressamente a fabricação, comércio e uso do lança-perfume em todo o território nacional (art. 1º e 2º). Atualizada, entrou em vigor - até hoje - a Lei 6.368/76 considerando como criminosa a importação, fabricação, venda, transporte, guarda, consumo, dentre outros, de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.  (JUS BRASIL)
Mesmo assim, atualmente observar-se o uso abusivo dessa droga, não somente no carnaval, mas também em festas em geral, seja esta em ambientes abertos ou fechados, e sendo a segunda mais utilizada por adolescentes, ficando apenas atrás do álcool.
Enfocando na droga propriamente dita, o lança-perfume é constituído de solventes inalantes, geralmente pela mistura de éter, clorofórmio, cloreto de etila, e essência perfumada. Daí seu nome. Esta mistura de hidrocarbonetos pode no início, dar até uma sensação ‘legal’, como muitos dizem, mas estes mesmo indivíduos não sabem realmente o que esta substancia ilícita provoca no nosso organismo. Surgem aqui seus abusos e mitos.
Para explicar seus efeitos, foi dividido em 4 fases:

  • 1ª fase:  Excitação. A pessoa fica eufórica ocorrendo tonturas e perturbações auditivas e visuais. Podem aparecer náuseas, espirro, tosse, muita salivação e as faces podem ficar avermelhadas;
  • 2ª fase:  Começo da depressão. A pessoa entra em confusão, desorientação, fica com a voz pastosa, começa a ter a visão embaçada, perda do autocontrole, dor de cabeça, palidez e começa a ver e a ouvir “coisas”;
  • 3ª fase: Depressão profunda com redução acentuada do estado de alerta. Aparece incoordenação ocular e motora, fala "enrolada", reflexos deprimidos, já podendo ocorrer processos alucinatórios;
  • 4ª fase:  Depressão tardia, chegando até inconsciência. Há queda de pressão, sonhos estranhos, podendo ocorrer surtos de convulsão. Há possibilidade de se chegar ao coma e à morte.
            Agora podemos falar e entender seus perigos. Após essas ‘boas’ sensações geradas por um estado de muita excitação, conseqüentemente há uma aceleração das batidas cardíacas, podendo surgir um estado de depressão cerebral e, em casos mais graves, processos alucinatórios. Isto porque as substâncias presentes no lança-perfume aumentam a liberação de adrenalina para o coração, fazendo aumentar a freqüência cardíaca. Além de afetar a respiração causando a sensação de estrangulamento e asfixia e dor de cabeça. Devido a todos esses sintomas, o sistema nervoso central pode sofrer uma sobrecarga que pode levar a pessoa a desmaiar entrando em coma, comumente chamado de ‘Teto’.
Uma pessoa usuária crônica desses solventes tem o risco de afetar as células cerebrais, destruindo os neurônios e causando lesões cerebrais irreversíveis do cérebro. Por isso, elas apresentam-se apática, com dificuldades de concentração e déficit de memória, além de lesões da medula óssea e de alguns órgãos.
A associação da inalação repetida da droga e com o esforça físico extra, pode resultar em morte por arritmia cardíaca. Se ingerido juntamente com bebida alcoólica, pode causar coma profundo. Após ter feito o uso da droga, o viciado apresenta dores de cabeça, sensação de mal estar, náuseas e dores no estômago, podendo ocasionar hemorragias, além de problemas psíquicos como a depressão anteriormente citada. Além de que o usuário repete as aspirações para que essas sensações durem por mais tempo. Quando passa o efeito, há uma ressaca, semelhante ao álcool.
Desde modo, os efeitos do lança-perfume variam conforme a quantidade inalada pelo usuário e sua sensibilidade. Agindo no sistema nervoso central, causa desde um pequeno zumbido até fortes alucinações, passando por euforia e excitação, perda de tato, queimaduras na pele, língua e traqueia, formigamento das extremidades (mãos e pés), formigamento da face, distúrbios auditivos, referidos como "Tuim" (semelhante ao barulho de uma linha telefônica aguardando uma chamada) e um som semelhante ao de um helicóptero (vum vum vum) ou ambulância, alucinações (podendo sofrer sérios danos causados por quedas ou por agir inconscientemente), inconsciência, perda de memória.
            Portando, em hipótese alguma o lança-perfume deve ser banalizado como droga light ou inofensiva, e c aso o usuário esteja carregando as bisnagas de lança-perfume, pode ser preso e condenado, uma vez que o uso está absolutamente proibido por lei no Brasil.
          Mediante a todos os ricos expostos, com certeza nos faz refletir e reavaliar se realmente vale a pena brincar com essa droga. Não só esta como também outras. As consequências são muito graves. Não deixe se enganar. E se sentir cheiro de alguma ‘coisa boa’ no ar, caia fora.

Referências Bibliográficas
Araguaia, Mariana. Lança-perfume: a droga dos carnavais. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/drogas/lanca-perfume.htm>.
IMESC – Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo. Classificando as drogas: Depressores do SNC: Inalantes/Solventes. Disponível em: <http://www.imesc.sp.gov.br/infodrogas/inalante.htm>.

JUS BRASIL. Lança-Perfume. Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/1024/ lanca-perfume-trafico-de-entorpecente-ou-contrabando>.
Werner, Jairo. Drogas na Mídia. Cheiro de coisa maluca: é lança-perfume, Rio de Janeiro, seção Ciência e Tecnologia, 22/02/2009, Jornal do Brasil. ABEAD - Associação Brasileira de Estudos sobre Álcool e Outas Drogas. Disponível em: <http://www.abead.com.br/midia/exibMidia/?midia=3742>
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